domingo, 11 de novembro de 2012

Mais que pães...

 Penso que todo mundo já pensou em trabalhar numa padaria, afinal todo mundo passa por lá a vida toda, comprando pãezinhos, e cobiçando os docinhos do balcão. E sim, meus queridos, quem trabalha na padaria pode comer de tudo que há lá. É sabido que os doces são mais bonitos que gostosos...mas os pães...estou aprendendo a ama-los. Todos os produtos tem um "quê" artístico, a Tina desce a maldita e gigantesca escada que leva a cozinha e ao salão de produção, desce com uma grande bandeja nas mãos, trazendo cada vez uma delícia diferente, salgadinhos, pãezinhos, biscoitinhos...e também desce de lá o Moço dos Doces, sabe-se lá seu nome, por enquanto, Adalberto? não sei...desce trazendo doces, tortas de morango e outras de limão, todas muito enfeitadas,cheias daquela meleca transparente que deixa o doce brilhando, tudo muito bonito, bonito e caro...caro pra mim, óbvio, a padaria é cheia de clientes, clientes que não acham nada caro...gente arrumada, entra pela porta ao mesmo tempo que tira os óculos dos olhos e põe na cabeça, levantam uma das sobrancelhas analisando as primeiras coisas que chegam as vistas, um certo olhar de desprezo de alguns, outros cheios de otimismo com olhos e bocas cheios de vontade de tudo que veem...por fim compram 5 ou 7 pãezinhos, olham a etiqueta do preço, vão até o balcão, olham pras balas, perguntam sempre sobre uma pastilha de café que é novidade no mercado.
 Existem os clientes fixos...trabalham, moram ou estudam por perto, e comem sempre ali na padaria. Existe os que variam o prato, vai uma torta, uma esfirra, um quiche...tem outros que não, "não tem a torta?", fazem cara de "sorry", e vão embora...o engraçado é que existe também os que quando descobrem que está em falta o pedido de sempre, ficam de cara feia, olhando com cara de "ruim" pra todos os outros produtos, olham o cardápio como quem não quer nada, nada nada dali...por fim pedem um Salgado qualquer, comem como quem pensa em outra coisa, confirmam quando voltaremos a vender a bendita torta, e vão embora.

 Eu gosto mesmo é dos velhinhos...os que gostam de ser velhinhos, os que não gostam...mas todos vão ali, como velhinhos, com cara de velhinhos, com a calma de um velhinho, com o cansaço de um velhinho, com a paciência de um velhinho...Existem duas clientes bem especiais, são tão educadas, são tão unidas, são felizes ali enquanto escolhem coisas do balcão, uma vó e uma neta, com traços orientais, a vó é bem baixinha, cabelo branco e curtinho na metade do pescoço, a neta é alta, por volta dos 12 ou 13 anos, o cabelo preto e comprido...a vó transpira tranquilidade, um risinho estampado, a sobrancelha arqueada tentando ver melhor, bochechuda, pequena e magrinha...a menina, tão ponderada, educada, delicada...uma mocinha...compram docinhos, pãezinhos...se despedem e se vão...
Mas se eu for escrever sobre os velhinhos, não poderia deixar de citar vários, então vou parar só nessas clientes.

E finalmente 6 e 20 da tarde chega, e eu vou embora, e eu sou aquela pessoa, na rua em cima da bicicleta voltando do trabalho, ali sou eu, voltando...saindo daquele transe do trabalho, voltando pra minha vida, pra minha casa, pros meus planos, pros meus desejos...volto pros tantos gatos, pra minha cadela maluca, Ella, cadela boazinha a Ella, mas pirada. Eu vou deixando o vento levar toda a farinha da padaria, todas as fofocas que ouvi, o cheiro de pão, deixo a vontade dos docinhos e do suco de laranja, eu esqueço dos clientes, eu esqueço o relógio...esqueço o relógio...por isso passa tão rapidamente as horas quando estou livre..

 E eu chego em casa cansadíssima, e com vontade de fazer milhões de coisas. Constantemente com sono e sem vontade de dormir, que vida ante saúde essa de hoje em dia. O povo fica doido de tanto trabalhar, a hora vaga vira um tempo precioso...o tempo corre diferente, a vida passa rápido, a velhice toda hora bate nos seus olhos fazendo-os cair, os ombros caídos também, os calcanhares que gritam socorro e você fingindo não ouvir.

ai ai vou dormir....bj

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Liberdade como fruto do desprendimento da Culpa e do Medo.

Em nossa confusa noção do Tempo, o que pensamos do futuro? Até onde ele está determinado? Onde no futuro está o espaço vazio que, agora guarda lugar para o meu futuro Eu? Tenho a sensação de que é justamente essa incompletude do futuro é que me sustenta no presente, tanto quanto também a completude do passado.

A atrapalhada construção de nossa identidade se dá por essa falta de espaço do passado e esses vazios do futuro. Quem eu fui e quem eu quero me tornar. A boa noção do eu de agora é a consciência da ligação entre passado e futuro. Livre é aquele que pode escolher a opção que quiser dentre todas as que têm, em relação à pessoa que ele almeja se tornar. Quando tomamos consciência dessa liberdade, com nossa linha de raciocínio como uma fita de cetim, fazemos um belo laço que enfeita o presente, presente que dentro de si reserva o seu, tão somente seu melhor lugar no que chamamos de futuro.

Eu cresci em sítios ou em casas com quintal, é curiosa a liberdade que sinto quando estou no mato, talvez seja até inapropriado escrever assim “mato”, mas escrever floresta, árvores, ou mata, ou qualquer outra palavra, não me traria o mesmo significado, o mesmo sentimento de quando penso “quintal”. A liberdade que sinto nasce não da imensidão de possibilidades, óbvio que não, nasce da falta de empecilhos, não há placas que me proíbam de alguma coisa, tudo o que estiver ao meu alcance está também dentro do que é permitido, e todas as possibilidades nascem de minha própria criatividade. Isso porque nada me cobra e nada me proíbe. A falta de cobrança me livra do medo de escolher algo errado e a falta de proibição me livra da culpa de no passado não ter escolhido a melhor opção.

Então minha vontade munida de permissão se transforma em potência e assim me sinto livre. Como se ser livre fosse pode tentar. Dessa forma o passado se transforma somente num aprendizado e o futuro num leque de possibilidades.

Creio eu ser a Arte a maior expressão de liberdade. Artista é aquele que rompe essa distância entre o imaginário e o real, e a partir de suas criações constrói pra si uma noção de si mesmo. E quando precisa, prontamente responde quem é e o que faz. Como se a liberdade fosse algo que permite a descoberta de uma finalidade, ou invenção. Quem não é livre não sabe para quê existe, e aí, aí não se torna nada além de um triste.

Feliz é quem pode querer, pode tentar, pode errar e aprender, pode mudar....Pode escolher.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Um jantar...

Ontem pela primeira vez o jantar ficou em minhas mãos. Domingo ensolarado e ridiculamente quente, fomos à feira depois de uma noite sem dormir, 7:30 h entre as barraquinhas dos feirantes, cheiro de fruta, de pastel, de peixe, de manhã, de fruta pisada...O céu, calado pela falta de nuvens, se desembrulhava numa imensidão azul e um sol ardido se derretia derramando pela rua cercada de ipês uma cor alaranjada, que dava um certo quê de "felicidade" ao lugar, tudo tão brilhante assim, só pode ser bom...uma bela manhã.

Resolvi ir embora da feira quando notei que não havia mais forma de pendurar sacolas em mim, mochilas e bolsas. Todas as comidas na mochila, na bolsa os documentos, o dinheiro e as chaves, nas mãos as sacolas com plantas, todas de uma personalidade incrível.
Ao chegar na casa, me ocupei em encontrar um bom lugar pra cada nova moradora da casa, a flor branca do vaso de madeira saiu da mesa e foi pra mesinha de canto, a Samambaia ficou na primeira prateleira do rack (quase encostando no chão), a Falso dente de leão rocha ficou em cima, na última prateleira, junto à foto da Vó, avós são importantes, a vó então nem se fala, respeito, deixei-a em paz em seu porta retrato roxo com detalhes brilhantes...enfim, são 8 vasos de plantas espalhados pela sala e quarto, elas falam muito, quebram o silêncio dos móveis, que quietos e mortos participam da estética da casa numa certa harmonia de cores, tudo é sóbrio.

Já às 22:00 h, o levo na cama pela primeira vez um jantar que fiz sozinha. Numa bandeja  levo  cascas fritas de batata; numa forma charutos de couve recheados de purê de batata com azeitonas e queijo branco assados no forno ao azeite*; e por fim o prato principal, alcachofras ao molho de pimentão. No filme Ratatoulle, o cozinheiro do filme faz um molho, que mesmo sendo um filme de desenho me dá água na boca, o molho é laranja e brilhante, eu sempre tentei fazer algo parecido com aquilo pra comer e nunca havia conhecido e FINaLmenTe consegui, certo estímulo me faltava que hoje até me sobra! Descobri que o pimentão vermelho cozido com tomates sem casca, batidos no liquidificador com sal e pouca mostarda, resulta num molho laranja, que quando bate a luz, pontos brilhantes refletem na superfície do líquido. Cozinhei alcachofras pela primeira fez na vida, somente na água e sal. O roxo se diluindo na água e as flores ficando verdes e escuras, e quando finalmente prontas, junto ao vapor de suas pétalas um delicado perfume meio amargo e cítrico ao mesmo tempo, não era mais flor, era agora uma comida, mas guardou pra si a beleza de ser uma flor. Se desfizeram pétala por pétala enquanto desfazíamos nos dentes suas tão suculentas poupas. Por fim, as pétalas vazias num canto da forma, o coração da alcachofra cortado ao meio em cima de um prato. E nós, satisfeitos e concentrados na "Excêntrica Família de Antônia" (filme), esperamos o sono chegar, e chegou, e durou, e fim...

domingo, 21 de outubro de 2012

trecho de uma carta.

" Isso é estranho e fantasticamente prazeiroso, ver ou sentir que você é um abrigo aparentemente tão real e firme quanto os abraços de meu pai quando eu era criança e que hoje parecem tão distantes; tão engraçado e tranquilo quanto conversas que antecediam os sonos meus e de minha irmã; tão emocionante e inconsequente  quanto tudo que passei com meu irmão; tão confortável quando os cuidados de minha mãe e tão seguro quanto uma lembrança que tenho de meu pai me colocando pra dormir, preocupado com o frio ele prendia o cobertor embaixo do colchão, dizia que eu me mexia muito e acabava me descobrindo enquanto dormia, então era necessário prender as cobertas pra eu não sentir frio, ele alisava o cobertor como quem dá um último retoque, e me abençoava com um beijo na testa sem nada dizer, se afastava indo embora, segundos antes de fechar a porta dizia baixinho "não esqueça de orar antes de dormir".
 Eu não entendia Deus, e quando mais tentei menos entendi. Hoje em dia Deus é tão presente que antes de dormir eu não oro, e sim encerro uma grande oração, antes de fechar os olhos só consigo pensar "obrigada". Não tem porque não pensar que é pra Deus que agradeço. Nesse "obrigada" eu perpasso o dia inteiro na cabeça e reconheço que foi dividido entre momentos bons e momentos muito bons. Deus é como uma essência, essência de bondade que ao se derramar por sobre algo ou alguém o torna bom, limpo e bom. Como a beleza e o sublime, somos nós o objeto e significado, de fora pra dentro, criadores, deuses e deusas num deus, a humanidade.
 Obrigada por me ouvir, mesmo ausente desse quarto...
 Não sei onde esse caminho leva, e mesmo perdida queria te levar comigo, porque sem medo é mais fácil andar no escuro."

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Le retour

 Quem anuviou meus olhos pra que assim encantasse os teus? Tudo que o mundo tem a fazer é rir, rir de mim, rir de você, rir de nossas bobas ações; rir de nós dando voltas na mesma rotatória sem nem percebermos; de nós errando mais de 3 vezes o caminho pra casa na mesma viagem, isso porque íamos somente ao mercado e voltaríamos; esquecemos as chaves, os pertences pessoais, até um ventilador ficou esquecido, e está calor até. O mundo ri do meu nível de distração que você provocou. E não esqueçamos que o mundo não passa de um espelho, eu riu de mim quando me olho como uma terceira pessoa, e me vejo assim, desprevenida, desarmada...

Me faço grande, me encho de força que nem tenho quando tenho que esclarecer sua liberdade, que é o que mais prezo. Tenho de me despir de todo medo, pra com um olhar de seriedade lhe dizer que és grande, capaz e livre, e por isso pode ir, ir pra onde quiser, em corpo e espírito, que vá, que voe, que cresça. E sem armas, sem medo, sem culpa, uma menina apenas, que nessas condições sente uma sensação tola e forte de abandono, você me cobre com toda confiança que há muito tempo tem guardado na alma, me devota a honestidade que há muito queria compartilhar com alguém, e tudo no fim das contas e no final da noite vira uma janta quentinha que vens à cama me trazer.

 E essa cama, que faz muito além de velar por nossos sonos. Abriga meu corpo vestido de desejo e minha alma despida de vergonha, e nos espaços entre o bagunçado dos lençóis, cobertores, travesseiros e um "travesseirinho" em especial eu me deito, não somente deito, eu descanso. Essa cama que sustenta em suas fortíssimas quatro pernas verdadeiras batalhas entre nossas teorias, nossas ideologias, nossos sentimentos, nossas histórias,nossas revoltas, medos, sonhos, planos...e  nossos olhares carregados de vontade, de receio, de carência e de respeito.

E por falar em olhos, eu não poderia deixar de citá-los. Jabuticabas foscas que se transformam em dois túneis escuros que levam à seus pensamentos. Se fixam em mim sem movimento ou expressão,me causando um leve constrangimento, pois parecem transparecer uma admiração que não entendo,admiração que me faz querer ser digna dela e realmente ser tão forte quanto pensas que sou, fazendo-me te olhar como um menino, menino que precisa de cuidados, precisa de frutas cortadas, vitaminas, chá, abraço, cafuné, massagem....meias, banho quente, roupa limpa, sei la....Um menino grande, um homem bonitão, independente e forte, mas que precisa de um cobertorzinho, precisa brincar no quintal, comer os legumes coloridos e desligar a televisão na hora de dormir... E nessa brincadeira de ser adulta e ser criança, de ser menina e menino, vejo o Feminino e o Masculino brincando de se darem bem. E é muito gostoso, é quentinho, como uma casa.

 E por consequência a casa ganha plantas, livros, um tempo dedicado à limpeza e um outro à refeição. Beethoven nos visita antes de dormirmos tocando sua divina música "L'adieu"(26 sonata), que significa "Despedida", e se eu não me engano, a música se desenrola perpassando o mesmo trajeto de nossos sentimentos ao gostarmos de alguém que vai, que se demora, e por fim volta. A despedida (l'adieux), a ausência (l'absence) e o retorno (le retour). Eu disfarço bem a tristeza que sinto ao abrir as portas pra sua partida, não sabes o quanto sua ausência me faz refletir, me faz planejar, me faz desejar, e finalmente, às vezes derrepente você volta. Volta trazendo no sorriso a felicidade de alguém que decide por si mesmo, e que por sei lá o que, decidiu me ver, decidiu me ver de novo, decidiu me ouvir, decidiu me descobrir, decidiu me agradar, decidiu se doar, e embrulhado pra presente desse jeito, quem não aceitaria!?
http://www.youtube.com/watch?v=PlJGliWCDVc
Eu poderia escrever mais, mas hoje está chovendo, chovendo muito, e precisamos de bolinhos de chuva....

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

"O mesmo olho pelo qual vemos Deus, é o mesmo pelo qual ele nos vê"

Não há nada mais divertido do que se desafiar e nada mais honroso e feliz que vencer. Travar uma batalha entre eu e eu, em busca de mim. É tão difícil desconstruir o orgulho...

Nadando entre milhões de novidades como a mudança de casa, a descoberta da Ayahuaska e o encontro de um bom humano para compartilhar coisas, coisinhas e grandes coisas. Sabe-se lá o motivo pelo qual a natureza desde sempre tem se empenhado tanto pra se expandir, mas é linda, é linda demais, e todo dia lembro de Cecilia Cabral, quando muito tocada pela beleza do mundo escreveu num poema uma frasezinha que muito me apaixona "um desembrulhar vitalício". Presente contido nas sementes, brotando belezas a enfeitar o mundo. É um mundo que me abraça o dia inteiro.


Humildade, gentileza, força, paciência, maturidade, empenho...palavras que ecoam na minha cabeça, produzindo uma névoa sobre meus olhos, o mundo não se desembrulha mais desapercebido por mim.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Contrários ou opostos?


Num diálogo entre revoltados, ou revolucionários tal como gostam de serem chamados, um anuncia alto sua tão convicta ideologia, que por curiosidade mudará após um ou dois semestres:

-         Sou anarquista! E revolucionaremos o mundo!

 E mais curioso ainda, e por uma certa perspectiva até cômico, um outro, também cheio de certeza, levanta a voz mais alto ainda para defender a sua tão amada esperança de mundo novo:

-         Muito pelo contrário, eu sou com muito orgulho um comunista! Anarquistas libertinos!

 Eu e os meus ainda teremos muito que ouvir gente falando de política, centenas de anos ainda ouviremos discursos bonitos de pessoas que não sabem ao certo pelo quê lutam. Dizem-se contrários um do outro e por isso discutem tanto. São sim contrários, mas não opostos. Discutem porque se imaginam lutando cada um por uma causa diferente. Isso porque nem sabem ao certo o que querem da vida, quanto mais pelo quê lutam, mas isso é outro assunto. A questão é que, no fundo, provavelmente não sabem, mas talvez queiram do mundo as mesmas coisas, mas caminham por estradas diferentes, distintas. Como vizinhos que resolvem ir à praia, ambos com o mesmo objetivo, escolhem caminhos diferentes, um vai pelas avenidas, o outro prefere os atalhos e estradinhas de terra. Cada um com suas razões a respeito do caminho escolhido.

 O oposto, que é uma coisa diretamente contrária à outra, muitas vezes é simplesmente confundida com a palavra “contrário”. O contrário de anarquista pode ser um monarquista, um comunista, ou até mesmo um islâmico (por que não dizer?), agora o oposto de um anarquista, é uma pessoa que pouco ou nada se importa com política. E seguindo essa linha, o oposto de quem não quer ir à praia...Talvez seja um chato! Por que convenhamos que quem não gosta nem um pouquinho de praia, não gosta de mar, de sol nem de terra! E fala sério, o mundo todo é proveniente dessas coisas, não podemos desgostá-las. Praia é um lugar revigorante. Mas enfim. Oposto é uma coisa, o contrário é outra. Como dizem por ai “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.

 Sábios que são os ditados populares, aquele que diz que o “amor é o contrário do ódio”, é correto também. O oposto do amor, podemos dizer ser a Indiferença, e o ódio, sim é seu contrário.

 Quando eu amo alguém eu o quero o mais perto possível. Mas quando eu odeio alguém, eu não o desejo no ponto mais distante de mim no planeta Terra, desejo somente que não fique por perto. Ou seja, em qualquer outro lugar que não seja perto, existem mil possibilidades, quero somente que esteja distante. O contrário de abraçar pode ser estapear, chutar, etc. O contrário de agradar pode ser implicar como também por der ignorar, mentir, etc. Matematicamente falando, existem os positivos, os negativos, e o numero zero, todos os números com algum valor são contrários um do outro, somente o zero se opôs a tudo e resolver não ter valor algum, ser oposto.

 Então, para concluir, quem não pensa em política discute menos e é mais tranqüilo quem ama é mais feliz e quem vai à praia é mais saudável. E que contrário é uma coisa, o oposto é outra.

 

                                                                                                                        Selmy Menezes.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Amor e ódio

O amor e o ódio as vezes se confundem. Já senti ódio de tanto que amava, já amei o que no fundo detestava. O que é esse Amor então? Que do nada odeia, sorriso que logo vira pranto, abraço que logo se transforma num tapa! E esse tal ódio? Que me faz, tal qual um apaixonado, perder horas pensando em alguém, calculando, planejando, lembrando e sofrendo. O que é esse Amos e ódio que tanto nos parece conduzir? Onde o Eu fica quando ama ou odeia alguém? E esse alguém? Quem é tão digno ou tão culpado a ponto de ser merecedor de nossos cuidados, ou condenado à nossa perseguição? Quem nesse mundo é tão importante assim?

 Talvez o Amor seja fruto de uma noção de dependência. Talvez o Òdio de uma frustração pessoal. Mas independentemente das milhões de possíveis explicações a respeito do amor ou do ódio, sabemos que ambos estão ligados a ideia de valor. Amor é valor positivo, ódio é valor negativo. E assim decobrimos que o que une as ideias de amor e odio é a ideia de valor. Tendo isso em comum, jamais seriam absolutamente contrarios um do outro.

 O contrário do amor, assim como o do ódio, só pode ser algo que não inclua em sua noção particular a ideia de valor. Como a indiferença, que faz não valer a morte nem o nascimento, não faz declarar nem esconder, não acolhe nem expulsa, não mata nem leva á cama. Sem gosto ou cheiro, cor ou som, como o sofrimento de um desconhecido, o desinteressante passa desapercebido, sem nunca ter a chance de ser notado, não será nunca odiado, e jamais, jamais amado.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um brinde ao berço!!...e só.

 Eu estou lendo o livro "O perfume". Gostaria mesmo era de em vez de uma foto, postar aqui um cheiro.
 O cheiro que tive o prazer de sentir hoje ao anoitecer, encostada na sacada por entre minhas flores, que por sinal estão todas floridas, varias e varias que variam entre o vermelho sangue, o rosa e o roxo. O cheiro da sala escapava pelas portas azuis da sacada, que cheiram a ferro molhado, sempre...Da cozinha vem um cheiro de limões que a dias estão a secar dentro de uma fruteira verde em cima do fogão, que por sinal está sem uso por falta de gás, mas sinceramente eu aprendo mto tomando tantas vitaminas, sempre existe um lado bom da coisa hahaha.
 O céu, com nuvens imensas cheias de fru-frus, todas pintadas de rosa, o sol se despedindo em grande estilo por detrás dos prédios, a brisa trouxe um cheiro de frio que me levou pra um tempo distante, onde Valéria às manhas fritava ovos com folhas de hortelã. Estas hortelãs me levaram pras coloridas 11 horas plantadas nos parapeitos das janelas do sitio em São Miguel Arcanjo. E de memória em memória fui encontrando um calorzinho igual ao de lenha, aquele que queima quando fica pertinho, porém na distancia perfeita em nada incomoda, esquenta até e melhora. Esse calorzinho vinha das memórias de todos os cafés da manha preparados por uma Mãe, a minha. Senti o cheiro do quarto dos meus pais, cheiro de velas, de couro, madeira, tauquinho e sabonete febbo.

 Eu senti o cheiro de tudo que passei até aqui, como tudo estivesse concentrado num frasco só, o cheiro de tudo de todos os anos, e eu inflei os pulmões, colhendo o cheiro do passado. E o cheiro leve de fumaça veio de dentro da sala me trazendo de volta pro hoje. Marisa Monte cantava tranquilamente, e o sol que entrava pelo quarto batia no móvel de madeira que sustenta a tv e todos os livros. Hoje a vida se desembrulha devagar, de minuto em minuto, de pessoa em pessoa, não sei dizer o cheiro de ontem, daquele banheiro de bar, o chão molhado, batiam na porta esperando que eu saisse logo, e demorei. Saí como quem sai de uma nave espacial que pousa nos anos 20 no centro da cidade.Fui pra casa após uma leve passada por dois butecos oficiais do campus universitário, lugares onde todos passam pra dizerem apenas "oi", conhecem e são conhecidos, e gostam disso, sabe-se lá pq.

Um beijo à todos.
Em especial pra vc Mae, que sempre me lembrou um calorzinho no peito...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Ipê

 Voltando do trabalho domingo de manhazinha, numa esquina próxima à minha casa, dois ipês lindamente floridos encenavam uma espécie de "garôa de flores", não pode se chamar de "chuva", pois as flores caiam lentamente, garôa é nome bom.
  Maritacas, abelhas e beija-flores estavam nas copas se alimentando e "barulhando". As maritacas, nos intervalos de suas gritarias, bebiam o mel das flores, fazendo assim com que se desprendessem e caissem lá de cima, num balé até o chão.
 Passei um tempo ali, olhando encantada as maritacas verdes derrubando dezenas e dezenas de flôres amarelas, que se acumulavam na calçada, na rua e em cima de um carro preto estacionado.
 As flôres eram muitas, estavam em cima, em baixo, e chovia, chovia flores, caiam de cinco em cinco.
 Quis levar flores pra casa, e decidi levar apenas uma só. Ao olhar pro chão na tentativa de encontrar a flor certa, aquela que ao me encontrar me dissesse "oi" de uma forma mais intrigante, mais peculiar, mais atraente, aquela que poderia representar a beleza da cena. Haviam botôens caidos; flores já entreabertas; flores jovens em toda sua sensualidade; e flores já velhas e que contavam histórias, como a de um inseto que morou alí uns dias, um galho ou folha que esbarrou certo dia, e até mesmo falam do tempo, do tempo que passou,elas sabem que um dia foram botõens, sabiam que prcisavam dar mel e souberam que no encontro fatal com a maritaca o próximo passo seria desconhecido por via de regra, afinal não estava nos planos daquelas flores acabarem daquele jeito.
 Uma flor em especial, me disse que planejara ela ir embora dalí numa brisa, num futuro qualquer onde já estivesse muito, muito fraquinha, cansada até, com rugas, uma certa flacidez. Sairía dançando do seu galho, bem de leve, e seria um vôo e não uma queda. E enfim cairía mais pra lá ou mais pra cá de onde nasceu, mas não, caíra em linha reta, direto pro chão.
 Decidi então poupar a queda de uma flor, a qual levaria apenas um susto e não um fim. Ela permaneceria sua vida, só que de outra forma, ainda contaria histórias, histórias de como foi ela, uma flor, coisa de árvore, parar dentro de um livro, depois de sido quase morta por uma maritaca faminta que a atacou em sua junventude, quando ainda tinha humidade e planos.
 Com as palmas das mãos abertas, fiquei ali a tentar pegar discretamente uma flor ainda em sua queda, mas não dá, não dá pra ser discreto. Era difícil, muitas caiam. Tentar encontrar uma flôr em queda e pegá-la, discretamente não dá. Num plano lógico, segui com os olhos uma maritaca em sua procura por mel, pousou ao lado de uma flor, olhou, olhou, bicou o caule bem juntinho ao galho, girou no bico a flor com extrema destreza e ficou com o bico enfiado na flor, bebeu, bebeu e vôou, e nissou a flor caiu e foi como se eu soubesse exatamente onde cairia, estendi a mão esquerda enquanto olhava pra ela cair, e caiu como cego em tiroteio em minha mão. Me contou que se chamava Flôr Amarela de Ipê, disse também que sentia uma pequenina inveja de sua amiga Rosa pela simplicidade do nome, detestava tantos sobrenomes.
 Chegando em casa, escolhi Maria Moura pra cuidar de minha flôr, justamente numa página, onde Rachel de Queiroz escreve "...quando um perguintou ao outro onde é que ele morava, o cabra soltou a voz e respondeu: "Em cima das minhas apragatas, e em baixo do meu chapéu..."


Beijos.

terça-feira, 17 de julho de 2012

"Chuva, chuvisco, chuvarada, pq que chove tanto assim?' Cocoricó.

O céu está decidido a molhar as coisas, passa o dia a chover e parar, chover e parar, e nesses intervalos de chuva sai o sol pra dar uma voltinha, esquenta um pouquinho, consola, e vai embora de novo. Ontem o dia inteiro foi assim, e fui dormir desejando um dia de sol pra hj. Mas o céu sempre sabe mais, ele vê tudo, em todo lugar. E amanheceu chovendo.

Fiquei olhando a chuva, com a testa encostada nas grades da porta da sala. A Ada, em pé escostada na porta, com o olhar mais melancólico do mundo, como quem deseja com a alma alguma coisa, ela desejava estar alí fora na grama, na chuva mesmo. Ada não podia ir pra chuva, ela é muito peluda, ficaria mto suja, molharia tudo dentro de casa depois que entrasse. Mas eu não, eu podia ir.


Me arrumei pra caminhar, abri o guarda-chuva e Bom dia dia!! Fui até a cachoeira, mas dessa vez decidi seguir a margem do rio. As árvores são altas, mtos cipós e trabalhos de macumba. Se Macumba for um nome perjorativo me perdoem, eu não estudei nada sobre isso, não sei nome melhor. Mata adentro, em meio a um emaranhado de cipós e folhas, amontoados no chão estavam vários vasos de cerâmica, com coisas esquisitas dentro que eu não consegui identificar, pareciam figos boiando na água, não eram, pareciam...sabe-se lá o que eram. Numa espécie de taça de cerâmica, boiavam na água uma fita de cetim e uma chupeta azul.

Continuei andando na beira do rio, por entre as pedras, parei em pé sobre uma grande pedra coberta de lodo, logo à curva do rio. As quedas d'água faziam um barulho forte, impunham mto poder, e as árvores ao redor se curvavam. Tudo mto lindo, mto grande, perigoso, me senti com medo e resolvi voltar pra estrada. Amanha tirarei fotos do lugar, colocarei no face book.

Choveu, choveu e choveu em cima da minha caminhada matinal, as árvores ouviam silenciosas o barulho da chuva, um dia sem vento, as árvores estavam sem frio, tomavam banho, felizes.

Cuidei de minhas Orquídeas, plantei Bromélias...

Felicidades.

Ps. Ada Nada hoje tomou banho, Milena sua tia, a ajudou hehehe.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Medo do mercado.



 Eu quero um mundo com borboletas e flôres! E fico feliz que já exista e que seja assim, meu.


"eu me isento de pensar no que eh bom ou mal para os outros eu me limito a pensar no que eh bom pra mim."
Ouvi essa frase hoje...li, pra ser mais precisa. Estou cada dia mais horrorizada com a inflamada doença da "coisificação" da vida. Cada vez mais, o outro é tão outro, que é quase ninguem..
Ultimamente eu tenho passado horas ao lado das árvores. No inicio eu sentia que elas me ensinavam algo, algo que eu sabia que era bom e calmo, mas eu não conseguia traduzir.
Sentada nas pedras da cachoeirinha, encostada num cipó, eu observava os seres. A água corria agitada e chamava atençao; as pedras ao redor do rio silenciosas diziam "não se mova"; as árvores à margem, todas esticavam-se tentando encostar alguma folhinha na água, algumas já deitavam galhos inteiros sobre o rio, outras que quase estavam encostando na água, quando me notavam diziam " tenho que crescer"...Os passaros, sambistas de alma, cantam sempre felizes, mesmo cançoes tristes, diziam "eu to aqui cantando, mas já já vou voar"...Ensinaram-me que tenho que parar pra cantar minhas tristezas e risos, depois sair voando pra não parar nas mesmas notas e cançoes.
Aprendi a caminhar na floresta sem ser picada, nem mordida, sem me arranhar nos galhos. Aprendi tudo isso pq comecei a aprender a respeitar. Respeitar é entender as diferenças e aceita-las, pra entendermos a distancia que existe entre nós e os outros seres, pra que possamos percorrer essa distancia, e alcança-lo.
É mto intrigante pensar que tive que primeiro entender o valor das árvores pra depois entender o valor de um mendigo, nessa hora todos pensam "ai que dó, eu sei o valor do mendigo", mas e o valor do facista?O valor do assassino? O valor do presidiario, do ex presidiário, ou do muleque pedindo dinheiro no semáforo, da Dilma presidenta e da Dilma de 10 anos que "nao sabia nada da vida"? Qual o valor da minha vida quando eu tinha 2 anos, e hoje que tenho 20? ou de um bebe que acaba de nascer, um velhinho prestes a morrer...Qual o valor, da coisa viva?
Quanto vc paga por vc mesmo? Quanto paga por alguem que ama? Quanto paga por alguem que não conhece? Quanto pagam por vc?
O valor da vida, sim se dá em números, pq a natureza está escrita em algarismos numéricos, numa forma matemática que explica a regularidade das vibrações de tudo que é vivo, Quanto mais vivo mais vibra! O valor se dá pela força das vibrações,pelas reações dessas vibrações...
Seja valoroso, dê valor. E pague em voz alta, faça valer suas vibrações.

As árvores com frio.

Hj o céu amanheceu trazendo núvens, ventos, chuvas e muito, muito frio.
Ontem fui dormir esperando ansiosa a manhã chegar pra poder caminhar, ir até a cachoeira, passear com o Tobby (cachorro de Milena). Pois bem, a Ada me acordou às 7:30, lambendo minha mão. Achei mto cedo pra levantar, voltei a dormir e acordei as 9h.
  Desisti de esperar o sol aparecer, e decidi curtir o dia de frio que a natureza me trouxe. Hoje é essa a mensagem da Natureza: "Frioooo"...é sempre bom ouvir a natureza.

As árvores estavam com frio, as folhas estavam balançando com uma calma congelante, diferente absolutamente dos dias de verão, que se movem ligeiras e cheias de claridade.
As pessoas somente animam-se para sair de casa nos dias de sol. Dias de sol a mensagem do céu é uma, dias de chuva a mensagem é outra, e também deve ser escutada, entendida e assimilada.

A todos eu desejo, uma chicará de chá!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Fim de semestre...

Na ultima postagem, disse que estava pintando o apartamento pra mudar os ares...pois bem, mudei.

Reorganizei a disposição dos móveis do meu apartamento. Coloquei na sala, de frente pra varanda, a mesa que antes ficava na cozinha. O fiz com a intenção de tomar café podendo olhar o dia nascendo. Aprendi esse semestre a importancia do sol.
Da janela do quarto posso ver o dia clareando, vejo logo à frente um grande terreno baldiu rodeado por mangueiras, que submerssas ainda na penumbra na madrugada, esperam anciosas o calorzinho do sol que está vindo do leste. Primeiro as copas, depois as bases. O capim pragueado pelo chão balança da direira pra esquerda numa calma vegetal, esquentando de cima pra baixo. Até que o sol se faz presente sem ter quem possa dizer o contrario, está se deitando em todo canto, iluminando, esquentando, desinfetando, alimentando...

Geralmente acordo cedo, relativamente cedo, cerca de 9h da manhã. Saio de casa sem tomar café, pra dar bom dia pro dia. Ao caminhar pelas ruas em direçao ao vale, vejo as pessoas indo pra suas vidas, todas com cara de sono. O ar é fresco, o céu é azul e sem nuvens. De manhã o planeta te chama pra correr atras da vida.
Aos domingos, existe uma feira no centro da cidade. Amo feiras. Pessoas baladeiras que vivem nas madrugadas não sabem os prazeres das manhãs. De manhã na feira eu vejo velhos, velhos e velhas que gostam de arrastar carrinhos de arame por entre a esburacada rua. Nas barracas, as comidas mais surpreendentes. Eu já provei muitas coisas graças a feira de domingo!Gente eu experimentei raiz de flor de lotus!

De tarde, o mundo está cansado. É um horario de morgar. O sol está quente, estamos alimentados, tudo que devemos fazer é deitar. Pois foi o que fiz...preguiçei durante as tardes.
Pra não se despedir como um sol carrancudo que fritou tudo a tarde toda, quando chega 5h o sol vai ficando mansinho. As nuvens passam correndo no céu como atrasadas, todas em direção ao sol, e ficam ali, se agrupando ao seu lado enquanto este se despede de mais um dia, colorindo o céu em milhoes de cores, um espetáculo visto somente por quem não se acha mais importante que o proprio sol. É preciso uma certa humildade pra observar o céu durante os ultimos 15 minutos do dia. Acham por ai que tempo é dinheiro. Pois penso que nem um nem outro significam grande coisa.

Pois bem, dar bom dia pro sol, dar adeus, faz bem pra cabeça, produz bons pensamentos, ilumina o sorriso, esquenta os abraços, desinfeta as mágoas, alimenta as esperanças.

Boas energias pra vcs pessoas.
atté

terça-feira, 10 de abril de 2012

A vida é feita de fases.

rs...2012...
Quanta afobação, quanta jovialidade...queria acordar velha amanha. Sabendo de tudo que ainda preciso descobrir.

Estou pintando as paredes do apartamento, não quero mais uma casa falando o tempo todo, discursando felicidades, tristezas, medos e desejos...
Ano passado foi uma explosão, de liberdade, de informações, de tudo...Deixei que explodisse, e conclui que explosões só queimam e destróem tudo. Mas não há problema, no sítio eu cresci vendo os pastos serem queimados, para nascerem bonitos, fortes, verdes...
Eu ainda estou nas poeiras, tentando limpar tudo e jogar os entulhos no lixo. Quero esse ano, uma casa que abrigue minha paz, minha tranquilidade, meu momento.

É muito dificil tudo. Mas...a cada dia, uma nova vida.

Beijos.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Aprendendo a ser gente.

Hoje foi dia de sobrinhos, a cada 15 dias meu irmão e sua "brother de vida" Paulinha vem passar o final de semana aqui no sitio, trazem as crianças.
Jonathan, o mais velho, já sabe falar. Alice ainda não. Lembro quando nasceram.

Felipe era pequeno ainda, tinha uns 2 anos quando Jonathan nasceu, eu lembro da cena de Felipe sentado no sofá segunrando o Jonathan em seu colo, ele envolto num cobertor fofinho e verde. Felipe feliz, sem sabe direito pq. Sorria pra foto pq agora tinha um irmão, achando que uns dias depois Jonathas já estaria brincando com ele de bola. Se decepcionou, afinal o grande "irmão mais novo", era muito mais novo, pegava grande parte da atençao de sua mãe, só chorava e mamava...
Jonathan foi crescendo e ficando com a cara de Dado, os olhos grandes e redondos, todo "menino", gostando de brincadeiras perigosas e se machucando com frequência.

Alice surge. Enroladinha num cobertozinho cor de rosa, os dedos longos, a cara gordinha e rosa tb. Não acompanhei ela crescendo. Cheguei de férias da faculdade, e foi aí que a conheci de verdade, nesses finais de semana nos quais eles surgem na minha vida, fazendo barulho e espalhando comida pelo chão deixando a Ada feliz. Alice é engraçada, ela é séria, mexe muito as sobrancelhas pra se comunicar. Gosta muito de comer, agora mesmo está em pé encostada no sofá, se lambusando com um prato de linguiça cortadinha. Ela é pequena, e me observa como quem não entende. Gosto de Alice, não tenho muita razões pra isso, pq ela não faz muita coisa em pró dos meus sentimentos. Gosto dela pq ela é um ser humano pequeno, construindo suas estruturas mentais...eu queria ajudá-la..mas sou tão perdida quanto ela.
Ela entra no meu quarto enquanto mexo no not book, ela se encosta na porta com o dedo na boca, me olha. Eu digo -Alice, vc quer alguma coisa? . Ela me encara de novo, continua babando em seus dedos, ri e vai embora....

Um dia meus sobrinhos vão crescer...e é tudo que sei sobre eles.

Um beijo à todos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A vida passando.


Como o tempo passa...
Esses dias conheci um rapaz pela internet, um rapaz bobo, que não sei pq resolveu ler postagens antigas do meu blog. No outro dia me disse "li suas postagens de 2010, vc mudou muito".
Hoje, já estava indo dormir, resolvi ler coisas antigas no meu blog, comecei lendo "mulheres árvores" de 2010, fui pra postagens mais antigas, acabei lendo quase todas. Esse blog carrega minha vida, rs.

Em 2009, ano em que eu comecei esse blog, eu estava tb começando meu namoro com Augusto. Esse blog abrigou as minhas mais sinceras e enganadas juras de amor. Como eu chorei lendo tudo que escrevi, eu colocava minha alma nas entrelinhas, eu me esforçava pra que as palavras escolhidas fossem fortes o suficiente pra passar o que eu sentia...eu sentia tanta coisa.

Em 2010, eu comecei a filosofar, hahaha, que engraçado foi ler o que eu afirmava. E sempre que possível, uma jura de amor. Augusto o que foi que fizemos? hehehehe...o que foi que fizemos...as vezes acho que eu fiz isso sozinha...Eu queria uma história de amor, e eu peguei os detalhes de nossa relaçao comum, e a transformei num livro. Eu escrevia aqui de uma forma, que hoje lendo eu não sei de onde eu tirava tanta profundidade...Eu queria que fosse profundo, eu tirava de seus olhares as mais filosóficas interpretações, eu colhia de seus abraços a mais pura amizade. Eu pintei um quadro com tintas vencidas, por isso desbotou.

2011- entrei na faculdade, hahahahaa....narrei com detalhes as primeiras aventuras, publiquei aqui as dores que passava, eu descrevi a vida de uma pessoa só. Rany morreu! que tristeza...e hoje eu vejo a Ada, tão viva aqui, tão diferente de Rany, é como se fossem minhas filhas, e uma já morreu.
No primeiro semestre eu tinha feito "amigos pra vida toda", amigos que no final do ano eram amigos de domingo. Eu terminei com o Augusto, e eu sofria tanto, mas ao mesmo tempo me sentia aliviada. Eu voltei com o Augusto, me arrependi amargamente. Agora não acredito mais nesses amores.
Segundo semestre, que bagunça...sem Deus, sem família, sem horário, sem obrigações, sem tempo, sem noção...
Fim de ano...adeus família, decidi sair de casa. E que venha o próximo capítulo de minha vida.

Lendo tudo que escrevi aqui desde 2009, eu pude ver que o grande senhor da vida é o tempo.
O tempo que amadurece as frutas é o mesmo que as apodrece. O tempo me trouxe a vida através do tempo da vida de meus pais. O tempo me trouxe histórias que me fizeram crescer. O tempo me levou embora o que eu achei que seria pra sempre. O tempo só me dá a certeza de que ele passa, e leva com ele tudo o que existe...ele leva as florestas, ele leva as nuvens, leva as fotografias, embaça as memórias, acalma as paixões, apaga as tristezas, seca as lagrimas, consolida alegrias. De eterno só existe o próprio tempo.

Bom é que o tempo passa, e todo dia temos mais passado pra saber melhor viver o presente. E de vc Futuro...só ouço falar. No dia que vc chegar, já terá ido de novo, se transformado em novos sonhos.

Um beijo em todos.


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Significado.

"Eu sou sozinha" eu disse. E não entendem.
Aprendemos que para nos comunicar, precisamos usar as palavras. Mas...esvazie agora seu pensamento, e se concentre naquele sentimento gostoso de olhar pro céu à noite, pense nas estrelas coladas num imenso fundo escuro, pense naquele ventinho frio que passa por seu rosto trazendo aquele cheiro de mato, de escuro...de silêncio...
A palavra "estrela" define o sentimento que te invade ao olhar os pontos brilhantes no céu? A palavra "céu" é tão profunda quanto a sensação que vc tem ao olhar pra cima e ver como vc é pequeno? A palavra "amor" é tão grande pra definir com exatidão o prazer do abraço com aquela pessoa? E a palavra "saudade"? É triste o suficiente pra transmitir a dor do vazio?

Somos sozinhos...enquanto não conseguirmos transmitir o que sentimos, afinal, o pensamento também não passa de uma sensação, a sensação de saber...

Eu quero parar de falar, e chorar mais...
Quero abraçar mais...
Quero olhar mais...quero rir mais...
Quero que "felicidade" se diga num sorriso,
Que "tristeza" se transmita nas lágrimas...
Que "amor" seja um abraço.
Que "saudade", seja tão forte, que vc aí, tão longe, sinta.

Um beijo
e agora são 3:17 da manhã. =*

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Horizonte.

Um dia, uma chuva de flores amarelas cairá sobre mim,
E eu deixarei de ser eu, pra ser muito mais do que a vida toda fui.
Eu finalmente estarei em paz, alcançarei muito mais.
Pros outros, só lembranças, talvez saudade...
Serei todas as árvores que abracei, todos os caminhos pelos quais passei,
Serei todos os beijos que dei, todos os que amei.
Serei o horizonte que nunca cheguei, serei as núvens pras quais só apontei,
Eu estarei, no limite do mundo, no infinito do tudo.
Serei todos os abraços, todos os sorrisos, as lágrimas...
Serei o que a vida toda em pensamento, tentei alcançar.
Finalmente chegarei ao fundo do mar...
Serei parte, serei todo, todos...tudo.
E por isso, todas as lágrimas não me fazem sentido,
Por que hoje, ainda viva, consegui enxergar
Que a vida não passa, de um grande esperar...
Esperar um dia estar, sem limite de tempo e lugar.


Selmy Menezes.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Andando, escutando, vendo, aprendendo...

Na caminhada de hoje, vi um menino andando todo feliz de bicicleta, ele passou por mim a mil por hora, e lá na frente, se esborrachou! bateu numa pedra e caiu de barriga no chão, arranhando o cotovelo! A pedra na qual bateu, era na frente da casa do amigo dele, acompanhando a cena vi que a bicicleta era desse amigo do menino. O garotinho dono da bicicleta ficou preocupado com ela e de primeira foi analisar os estragos feitos no guidão de sua bike, o menino gordinho que apertava o cotovelo disse -Eu pago...; mas seu amigo, vendo que o estrago não tinha sido grandioso, disse sorrindo - Não, precisa pagar nada não, vc ta bem?

Fui embora, deixando os meninos resolverem suas meninices...Só as crianças sabem resolver as coisas de criança.

Hoje, quem conversou comigo não foram as árvores, foi o rio. Ele me disse que tem chovido muito, ele estava lá, gritando mais que o normal, para avisar que estava cheio!!Que estava forte, que estava lá. Eu parei pra escutá-lo, ouvi o que tinha a me dizer...me disse tantas coisas, disse que a vida é como ele, correndo, caindo, subindo, em busca de um mar.

Tanta filosofia borbulhando no quintal, e eu enfurnada nos livros.


Beijos pra vc, que entrou na frequência dos meus pensamentos.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Somos alguém, no mundo de quem?

Acordei hoje de manhã e resolvi caminhar.
Passei por duas menininhas que estavam a uns 20 metros de mim, uma delas gritou:
- Oi Samara!! Ólha é a Samara!
Ela me olho melhor, disse:
-Não, não é a Samara, é a Bruna!!! OOOOi Bruna!!
Eu ri. Ela olhou melhor e disse:
- Não, não é ninguém.
Sorriu pra mim com vergonha, continuou a andar de bicicleta junto com sua amiga.
Eu...não sou ninguém.

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